Já tentei as palavras, já tentei os gestos, já tentei o cheiro e mesmo o olhar… Nada surtiu efeito, nada resultou, nada produziu chuva ou granizo, aviso, cor ou movimento, imaginação. Sei que hoje não vieste para reinventar o meu sorriso, nem as nossas palavras. Os nossos gestos ficaram perdidos enquanto o mundo conspirou para que no momento da combustão nos recusássemos a ver que há e vai continuar a haver uma parte de nós em mim e em ti, mesmo que tu já não saibas o meu nome eu já não saiba aonde moras. Será que sabes que podemos aprender tudo de novo, se quiseres, se tu quiseres, se quisermos. Aqui e mesmo ao lado daquela luz de dia cheio, de dia nosso, que nos atravessou o olhar enquanto procurávamos descobrir um no outro quantas vezes demos a mãos, quantas vezes pronunciamos a mesma palavra, quantas vezes não tentamos mais uma vez, de vez.
Sei que hoje não vieste para me ver, ou para me dirigir a palavra. Sei que hoje não vieste por mim, para mim. Sei-o porque fiquei a assistir enquanto fingiste que não existe gesto para além da tua mão. Vieste porque tinhas que marcar a tua existência no mundo, como se o mundo não soubesse que te amo.
[shineooo2@hotmail.com]
segunda-feira, setembro 27, 2004
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