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sábado, março 17, 2007

convergence_2.0

a memória da tua pele não mente - I

E debaixo da minha pele surgiste tu

como se eu te tivesse esquecido ali,

por entre as memórias que resistem ao tempo, esse tempo..

e também por entre as histórias que esperam a sua vez de voltarem aos meus lábios.

A memória da pele não mente, eu sim.

Nunca sei o que fazer com os restos da tua voz

As carícias imprevistas trazem lágrimas, gritos, convulsões

Aos olhos que ainda não apagaram as imagens do último encontro

Quem dorme à noite comigo, não sabe do nosso pecado, nem da nossa felicidade

Sabe apenas que sou feliz nos intervalos da madrugada e por entre os copos vazios…

Nem o silêncio do corpo me trai, nem me entrega, nem me subtrai

Às horas que não posso devolver ao teu coração

Quem dorme à noite comigo, não sabe da tua voz, do teu beijo

Quem dorme à noite comigo, não sabe dos filhos que inventei nos ângulos da tua pele

Quem dorme à noite comigo, não sabe que eu já inventei e comi o teu nome

Quem dorme à noite comigo não sabe que a memória da tua pele não mente…

Espero-te, de olhos fechados.

Com uma mão aberta, suja e calejada, exposta ao primeiro orvalho da tua manhã,

que cai assim

convergence 1.0