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quinta-feira, dezembro 23, 2004

um lugar

existe um lugar em B, na contiguidade do espaço, parecido com o teu… Já pensei em subir àquele andar e marcar a minha existência, caixa de música que nunca soube o compasso de espera que deixaste pendurado nos beijos improvisados. Nos toques e resvalos de corpo que nunca contaremos aos nossos pais. Ao mundo, mundo feito de vidro amarelo e transparente. Já pensei em subir aquele andar e bater à porta, mas será que tu virias aqui abrir aquela porta que não é a tua? Apenas parecida. Ao lado. Vazia e fixa também. Fechada e aberta, raio de visões encrostadas nos pormenores. Esquecida. Não minha. Azul.

sei que não me ouves, que não me vês, que não me escreves. Todavia, eu sei que ainda hei-de ensinar à matéria-prima dos pássaros do sul, aos gestos inaugurais e da luz repartida, quebrada em espirais e lusofonias que nunca traduziste nos pares de mãos que sempre souberam, entenderam sempre, sempre escutaram, o nome. O nome que há-de, acabado o frio vertical, o silêncio rectilíneo e a voz por redesenhar, vir poisar nos lábios ameaçados já de contingência musical. Num verbo: eu hei-de gritar ante de ti e do teu olhar. Na ponta dos dedos que dançam nos teus olhos e também nos meus. Num gesto que sei que depois vais desmentir. Deixa-me mentir já por ti: não te amo.


quarta-feira, dezembro 01, 2004

apenas

Hoje não é um bom dia para ficar sozinho. Apenas e só. Só.