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sábado, janeiro 15, 2005

na 3ª pessoa

Devagar, enquanto escavo a noite, feita já de fios de madrugada e dos lençóis que cobrem os sorrisos que fomos inventando à medida que a nossa língua apagava o sal das palavras, entendo as minhas mãos na procura do teu rosto. Deixa-me tocar, deixa sentir quantas linhas compõem o teu rosto, a tua voz, o quadrado dos teus gestos.

Mais devagar,

ainda mais devagar,

fixo, vou tomar o pulso dos ventos do teu silêncio bem vestido. Essa expressão facial e a hesitação confirmada hão-de trazer cá para fora o aspecto inacabado do meu sorriso e do teu. Sim, também. Como hei-de depois dizer que te amo. Na primeira ou na terceira pessoa? Será que te vão contar do nosso amor, na minha pessoa?