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sábado, junho 26, 2004

Hoje descobri que és o meu Aposto, ao contrário..
Penso que sempre o soube.


A.R.


(nota: não confundir Aposto com oposto.)

domingo, junho 20, 2004

Concordas?... Sim?



A.R.

sexta-feira, junho 18, 2004

Hoje ouvi algo de muito bonito: “Tu és o poema, Tu és o poema…”. Não fui eu o destinatário. Fui apenas espectador, mas ao passar por aquele estranho na rua, apeteceu-me perguntar-lhe: queres ser o meu poema outra vez? Acho que me responderia, se tivesse voltado a cara – quem é que escreveu o poema desta vez?...


A.R.

quinta-feira, junho 17, 2004

Surgiu por entre fendas que ambos já tínhamos inventado, sobretudo tu. Surgiu e permaneceu. Permaneceu porque eu tive de insistir e porque tu mudaste tanto desde a última vez que te vi. Como é que se pode mudar tanto?... Como? Como é que se pode trocar de olhar, sem perder a imagem que já se tinha fixado… Como se pode trocar a verdade pela máscara (novamente?). A resposta é simples: tão simples que não nos olhamos. Lembro-me de olhares furtivos, denunciadores, incompletos, mas não me lembro da luz de outros dias. Juro que não me lembro do toque de outros momentos. Esqueci-me até das palavras que ficaram presas a outras conversas, as outras visitas. Foi assim tão curta a nossa conversa que nos esquecemos de ler os pensamentos um do outro? Sei que nada foi mais importante do que ouvir-te, mesmo ao teu silêncio. Sabes que ele sempre te denunciou e continua a denunciar-te?... Um silêncio que sempre se ouviu mas nunca com tanta intensidade. Sei-o porque o medi nas pontas dos dedos, por entre as descontinuidades que fomos cavando um no outro enquanto ambos fugíamos daquele local aonde nos concentramos por tempo determinado. Fugíamos, fugíamos a cada segundo de existência verbal, mas cada um para o seu lado… Foi curta, agora lembro-me bem. Tão curta que ficou algo por dizer. Algo que agora não pode ser mais dito.

Ainda bem que me perguntaste quem eu era antes de desapareceres por entre caminhos que não conheço, pois até ali eu não sabia. Porém, diante de ti e da tua representação (possível?) prestes a se subtrair para sempre, soube que era mais do que eu, muito mais, porque eu permaneci. Fixo. Dentro de mim. Atado.

Fiquei triste, sei-o bem, e tu também (mas isso não o sei tão bem). Contudo, compreendi-te. Ou quase. Tudo na nossa relação se resumiu a um ‘quase’. Por fim, quase desisti de mim, entre o CD da Shania e o medo que ainda não conseguiste ultrapassar, ou as defesas que quase não baixaste. Disse bem, quase. Quase… Houve um momento em que te rendeste, mesmo no final. Rendeste a palavra, duas palavras, que me atravessaram, quase. Que teria faltado render mais?...

E sim, quase que tive que escrever este texto. Tanto, que o escrevi mesmo. Quase…


A.