E debaixo da minha pele surgiste tu
como se eu te tivesse esquecido ali,
por entre as memórias que resistem ao tempo, esse tempo..
e também por entre as histórias que esperam a sua vez de voltarem aos meus lábios.
A memória da pele não mente, eu sim.
Nunca sei o que fazer com os restos da tua voz
As carícias imprevistas trazem lágrimas, gritos, convulsões
Aos olhos que ainda não apagaram as imagens do último encontro
Quem dorme à noite comigo, não sabe do nosso pecado, nem da nossa felicidade
Sabe apenas que sou feliz nos intervalos da madrugada e por entre os copos vazios…
Nem o silêncio do corpo me trai, nem me entrega, nem me subtrai
Às horas que não posso devolver ao teu coração
Quem dorme à noite comigo, não sabe da tua voz, do teu beijo
Quem dorme à noite comigo, não sabe dos filhos que inventei nos ângulos da tua pele
Quem dorme à noite comigo, não sabe que eu já inventei e comi o teu nome
Quem dorme à noite comigo não sabe que a memória da tua pele não mente…
Espero-te, de olhos fechados.
Com uma mão aberta, suja e calejada, exposta ao primeiro orvalho da tua manhã,
que cai assim
Sem comentários:
Enviar um comentário