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sábado, setembro 04, 2004

Aterrar

Cobram-me mensagens, telefonemas, sorrisos, mãos, poderes sobrenaturais… Eu também sou humano, lembram-se. Sou feito do mesmo material que um dia há-de apodrecer num lugar qualquer, sem nome ou identificação, espero. Cobram-me tudo aquilo que acham que me podem exigir. E eu, porque não sei fazer frente a atitudes que desafiam as leis do respeito e da honestidade, cedo. Cedo a pressões, a pedidos, a querelas, a jogos de poder que não compreendo e nunca hei-de compreender.

Será que não conseguem ver nos meus olhos que não gosto de álcool aos litros, que não gosto de ambientes cheios de fumo, que não gosto de dizer palavrões a torto e a direito, que não gosto de ser convidado para tomar café para depois levar com o teu silêncio em cima, que não gosto que me digam ‘Adoro-te’, ‘Amo-te’ e no dia seguinte (ou qualquer coisa assim do género) tudo tenha desaparecido, em explosão definitiva aparente…, que não gosto de amanhã ter de tentar tudo de novo…

Pensei que desta vez ia ser diferente. O teu olhar, as tuas mãos e tua insistência em me ver todos os dias quase me convenceram, mas foi tudo igual. Igual com uma pequena diferença: nunca te revelei o meu nome e nunca me deixei levar num olhar que agora parece perdido e não sabe aonde aterrar… És passado sem nunca teres sido presente, aqui, agora, desde há alguns dias, só que ainda não to disse, e nunca to direi…


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