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terça-feira, julho 13, 2004

Hoje é certamente mais um dia do que ontem. Porém, hoje nada terá a ver com aquilo que se passou ontem… tamanha falta de compreensão. Não percebi como é que aquelas mãos me agarraram com tanta força, tanto poder, tanta vida, tanto respirar. Não percebi mesmo como não me mataram. Olhei em volta e quase nada vi, de tão perto que estavas no momento da implosão. No momento em que finalmente exististe, ali, por detrás do tudo aquilo que ainda não construí. No momento em que ambos vimos aquela estrela cadente. Será que ambos compreendemos o que ela significa. Será que partilhamos o mesmo código. O corpo, esse, já o partilhamos, mas não sei quanto ao resto. Não sei quanto ao teu olhar que me segue e me direcciona, me corrige a distância e a profundidade da queda. Acompanhas-me nesta viagem que desenho sem esforço ou expectativa. No passado ousei esperar um beijo, um abraço ou apenas até um olhar. Ontem recebi o teu, sem oração ou prece ou respirar. Sem fechar os olhos, sem desejar ardentemente. Sem ti ou mesmo nós. Sem saber o teu nome que depois vou guardar só para mim. Será este o princípio do nosso amor ou a quebra dos meus sentidos? Em flor, em mim.

Amanhã estarei lá, mesmo que não me consigas ver…


A.

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