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sábado, julho 02, 2005

este silêncio

Pensei que te conhecia, mas a dor mudou-te tanto. Tanto que por esta altura já me deves ter esquecido. Esquecido, por entre gestos e pessoas que nunca conheci, talvez que nunca conhecerei. É melhor assim, pois posso fingir que não existem. Deves, contudo, saber que ainda penso em ti. Agora e cada vez mais. No outro dia não consegui parar de chorar… talvez um pouco como agora. Receio que tiveste alguma coisa a ver com aquelas lágrimas que me assustaram tanto… Tanto pouco me importa que estejas com outra pessoa, que vais fazer e ter com ela as coisas que não fizeste ou tiveste comigo… O que verdadeiramente me importa é este silêncio, este silêncio que fere, que mata, que me mata. O silêncio que me impede de te dizer que consegui nota de excepção e que, agora, sou um professor a sério… O silêncio que aumenta as tangentes e ângulos do segredo que tenho de carregar sozinho, sem ti, sem nós, sem mim. O segredo que nos destruiu e me destrói. Não sei como te dizer isto senão assim: o teu silêncio matou-me e continua a fazê-lo…

Qual é a cor do teu sorriso pela manhã?...

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